Paulo Pedro Leal
[Rio de Janeiro, 1894 – 
São João de Meriti, RJ, 1968]



Nasceu no Morro da Viúva, em Botafogo, de pais baianos. Outra importante figura em sua formação foi seu tio, Luís Joaquim de Araújo, com quem teria sido iniciado como pai-de-santo. O artista, que assinava PPL em suas pinturas, realizou um importante retrato político e crítico da modernidade brasileira, abordando temas como disputas de poder, hierarquia e racialidade. Dentre os eventos que marcaram a sua produção, está a Primeira Guerra Mundial. Pintou navios afundando e soldados em ação. Também fez obras com referências ao sincretismo religioso da umbanda, assim como criou brinquedos e imagens sacras utilizando madeira, papelão e barro. Fez pinturas murais nas paredes do centro de umbanda que comandava como pai-de-santo, e em outros terreiros. Expôs suas pinturas na calçada do Passeio Público e passou a viver da venda destes trabalhos, e de outras atividades, como de sua colaboração para os carros alegóricos da Escola de Samba Unidos de Coelho da Rocha.  

Em 1952, o artista conheceu o crítico, professor e adido cultural da embaixada norte-americana, Marcus Gordon Brow, que comprou algumas telas suas, e lhe presenteou com um exemplar de Modern American Painting, de Peyton Boswell. Em 1956, ocorreu a sua única individual em vida, organizada por Jean Boghici na Petite Galerie, no Rio de Janeiro. Em 1961, o marchand enviou ao X Salão Nacional a tela Dragão do Oriente, que recebeu o prêmio aquisição, figurando no acervo do Museu Nacional de Belas Artes.

Em 1967, ele foi citado no Peintres Naïfs, dicionário mundial de pintores do gênero, editado pelo crítico Anatole Jakovsky. Desde então, participou de diversas exposições individuais e coletivas, como: Instinto e Criatividade Popular [1975], no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Tradição e Ruptura: síntese da arte e cultura brasileiras [1984], na Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo; Brasil + 500: Mostra do Redescobrimento [2000], na Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo; Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti [2005], no Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília; Entreolhares: poéticas d’alma brasileira, no Museu AfroBrasil, São Paulo; Histórias da Sexualidade [2016], no MASP, São Paulo; ARTE NAÏF — Nenhum museu a menos [2019], na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro; Histórias brasileiras [2023], no MASP, São Paulo; Paulo Pedro Leal [2025], na Pinacoteca de São Paulo. Recentemente, uma obra de sua autoria foi incorporada ao acervo da Pinacoteca.

 
/ He was born in Morro da Viúva, in Botafogo, to parents from Bahia. Another important figure in his formation was his uncle, Luís Joaquim de Araújo, under whom he is said to have been initiated as a pai-de-santo. The artist, who signed his paintings as PPL, produced an important political and critical portrait of Brazilian modernity, addressing themes such as power disputes, hierarchy, and raciality. Among the events that shaped his work was the First World War, during which he painted sinking ships and soldiers in action. He also created works referencing the religious syncretism of umbanda, as well as toys and sacred images made from wood, cardboard, and clay. He painted murals on the walls of the umbanda center he led as pai-de-santo, and in other terreiros. The artist exhibited his paintings on the sidewalk of the Passeio Público and eventually made a living from selling these works, as well as from other activities, including his collaboration on the parade floats of the Unidos de Coelho da Rocha samba school.

In 1952, he met Marcus Gordon Brow — critic, professor, and cultural attaché of the U.S. Embassy — who purchased several of his canvases and gifted him a copy of Modern American Painting, by Peyton Boswell. In 1956, the artist held his only solo exhibition during his lifetime, organized by Jean Boghici at Petite Galerie in Rio de Janeiro. In 1961, the dealer submitted the painting Dragão do Oriente to the 10th Salão Nacional, where it received the acquisition prize and entered the collection of the Museu Nacional de Belas Artes.

In 1967, he was mentioned in Peintres Naïfs, the world dictionary of naïve painters edited by critic Anatole Jakovsky. Since then, he has taken part in numerous solo and group exhibitions, such as Instinto e Criatividade Popular [1975], at the Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Tradição e Ruptura: síntese da arte e cultura brasileiras [1984], at Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo; Brasil + 500: Mostra do Redescobrimento [2000], at Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo; Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti [2005], at Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília; Entreolhares: poéticas d’alma brasileira, at Museu AfroBrasil, São Paulo; Histórias da Sexualidade [2016], at MASP, São Paulo; ARTE NAÏF — Nenhum museu a menos [2019], at Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro; Histórias brasileiras [2023], at MASP, São Paulo; and Paulo Pedro Leal [2025], at Pinacoteca de São Paulo. Recently, one of his works was incorporated into the collection of the Pinacoteca.



© 2025 / Danielian








/ RJ
Rua Major Rubens Vaz, 414
Gávea, Rio de Janeiro

Seg–Sex [Mon–Fri] 11h–19h
Sáb [Sat] 11h–17h

+ 55 21 2522 4796
contato@danielian.com.br
/ SP
Rua Estados Unidos, 2114 e 2157
Jardim Paulista, São Paulo

Seg–Sex [Mon–Fri] 11h–19h
Sáb [Sat] 11h–15h

+55 11 99928 0501
sp@danielian.com.br